Conheço Lima Trindade desde “Supermercado da Solidão” (LGE, 2005), cujo título me fisgou de imediato pela referência, não sei se proposital, ao poema de Ginsberg, “Um Supermercado na Califórnia”. O segundo, “Todo Sol Mais o Espírito Santo” (Ateliê, 2005), também me ganhou de cara, da capa à prosa. Amanhã, a partir das 9, ele lança “Corações, Blues e Serpentinas” (Arte Pau Brasil, 2007) na LDM (Rua Direita da Piedade), seu terceiro livro. Não há pompa nos contos de Lima. As circunstâncias interessam mais ao autor, como no belo e curto “O Balão Amarelo”. A narrativa nasce dentro dos personagens, como no poema de Quintana, uma arquitetura humana que se confude com a paisagem no mesmo mapa, o da anatomia dos sentimentos. Um autor que cresce na caminhada com leveza, sem pesadas pretensões na bagagem, mas com grande talento e sensibilidade.